sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Edi Balod: eclético artista criciumense

Conheci Edi Balod em 2003, quando este foi meu professor de Antropologia Cultural na UNESC, em Criciúma. Além de artista, Edi é uma pessoa muito comprometida com a divulgação da arte e cultura regional. Já fizemos boas parcerias, ocasiões em que ele recebeu meus alunos em seu ateliê e realizou palestras e oficinas para as crianças.

Abaixo segue a transcrição de uma conversas feita com o artista por ocasião de uma visita a seu ateliê:

Ele conta de um episódio importante de sua infância, que o despertou para a arte:

“Eu estava na praia do Rincão e o meu pai achou um pedaço de madeira no mar. Um pedaço quadrado de madeira. [...] Eu estava na praia, sem fazer nada, peguei o formão e o martelo comecei a trabalhar. Fiz uma máscara. Fiquei feliz da vida, mostrei pra todo mundo, meus amigos. Todo mundo disse: “Ih, que porcaria, que feio!” Mas aquela máscara despertou meu interesse e até hoje eu tenho ela. [...] Ficou um trabalho, bem simples, rudimentar, mas foi o trabalho que me deu forças, que me deu dinâmica, proporcionou uma oportunidade de seguir adiante, Depois trabalhei com madeira, papel, colagens, e agora minha atividade é fazer instalações.”

Aqui, Edi fala acerca de sua ligação com a temática do carvão.

“Meu despertar para arte acredito que venha através de gerações e gerações. Meus avós, minha ascendência, trabalhou sempre com madeira, na questão do artesanato utilitário. Meu avô fazia mesas, cadeiras, armários, camas, essas coisas. E eu comecei a mexer com madeira, mas dentro de uma outra perspectiva, outra visão que seria a arte. Eu comecei a trabalhar com a temática das minas, dos mineiros. [...] A minha ligação com a arte vem de muito tempo e eu encontrei aqui na cidade uma temática muito interessante que é a temática do carvão. Aí tem o carvão, a mina, o mineiro, o trilho, a locomotiva, eu tenho peças de locomotiva que eu consegui. Com isso tudo eu represento uma arte que pode ser local, regional e universal. Porque os trilhos existem no mundo todo, o transporte, o trem, esta coisa toda é comum ao mundo todo. Eu procuro aqui na cidade de Criciúma dar visibilidade ao que existe e que pode ser utilizado como forma de uma expressão artística.”

Julmara Goulart Sefstrom

4 comentários:

  1. Julmara,
    Parabéns pela postagem, pelo envolvimento e qualidade do seu trabalho como professora e colega arte educadora.
    Abraços
    Beloní

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  2. Obrigada colega arteira! Saiba que aprendi muitas coisas que não sabia realizando as postagens neste blog.Estou muito feliz pela oportunidade de divulgar a arte de minha região. Abraços carinhosos a todos os colegas da oficina.

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  3. parabéns Julmara,

    a cada dia vou te descobrindo minha amiga, quanta coisa tem aí, hein?

    abraços,

    paulorenzeti

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  4. Edi é um ser humano que adoro. Conheci quando cursei Educação Artística e ele foi meu professor de Folclore. Ainda é viva em minha memória as tantas vezes que fomos com o boi de mamão pelas escolas e cidades da região de Criciúma.

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